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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O AMOR

O diabo me encara
e posso ler em seus olhos
chamejante de desdém:
"Taí o q vc queria - o amor! kkk...''

SACANAGEM

Os sonhos e os ideais corrompidos pela força do "amor"
percorro um caminho imposto pelo destino,
pelo encontro, pela fatalidade
no intuito de me queixar depois.

No  proposito de criar o drama, de criar a dor,
empurro minhas convicções ladeira abaixo e sorrio
um riso sádico:
As favas as convicções, eu quero é gozar!

A dor do outro me dá prazer?
desconheço isso em meu ser, teoricamente.
Na prática, tô preste a desrespeitar  o outro,
diga-se, a mim mesma.

A minha felicidade depende da
infelicidade do outro? - sacanagem!



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vestido vermelho

Diante das vitrines,
escolho um vestido vermelho
que não me cabe, mas eu só quero
ele e não tem meu manequim.

Compro assim mesmo na ideia macabra
de fazer um remendo.
Visto diante do meu espelho -
esse sim sabe me refletir-
cai majestosamente, foi feito pra mim!´

Homens

Se não houvesse tantos ossos,
tanta secura,
talvez minhas carnes, que não são poucas,
bastassem para cobrir, alguns esqueletos,
de amor.

Mas em um mundo cheio de desejos
minha matéria é nada, não chega a preencher
o "buraco do dente" das vontades dos homens
sequiosos de cachaça e de bucetas.

domingo, 25 de dezembro de 2011

PALAVRA

A palavra escorrega e cai:
- pra onde vai assim sem sentido,
ralando as superfícies dos mundos
na tentativa de defini-los e atá-los
em uma fina e elástica corda que tende ao infinito?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Modernos

Vou compor uma valsa
pra que dances assim, confiante
no amor.

Marcar os passos no chão e
deixar que treine antes da
apresentação.

Começar bem lento,
voltas desenhadas no ar em
mãos que apanham outras.

Salão lotado:
fraques, vestidos engomados.
perfumes, flores.

Olhares e desejos
palavras sussurradas
sorrisos de canto de boca.

Senhores, senhoras,
damas, cavalheiros
dançam na wibe!

rsr...

Bro,

Acredito em você, bro!
na sua força,  na garra de
suportar o peso das coisas e
ser feliz: numa mão a vida
e na outra o coração..

Tão frágil equilíbrio
que, um sopro de vento
quente, pende prum lado
e prum outro: Gangorra
do parque de diversão.

Nobre e cordial
segue firme ziguezagueando
ladeira a baixo, ladeira acima.
Num proposito desconhecido,
numa certeza infundada na vida!

Inteira

Pedaços inteiros de nós
caminham por ai
soltos num mar de vida
- Leia-se morte!
Pedaços quebrados pela dor.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SEGUIR

as coisas me fascinam pq n sou eu
as coisas sao as coisas e eu sou eu
eu n vivo sem elas e elas n existem sem mim
ohhh... intrínseca existência
ohhh... terrível necessidade
dependência
dependência
...
eterna dependência da matéria
do corpo, da razão,
do sentido, da palavra,
do amor, do outro
miserável dependência

ai como doí existir
como doí carregar
esta matéria q apodrece viva.

alguns desistem,
alguns entregam as armas,
mas eu n posso,
fui adestrada pra continuar.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A mão que cava o buraco

No buraco do tatu,
quem dorme lá?
A felicidade cavou um buraco
de tatu e foi dormir lá
Lá debaixo da terra
Terra escavada com a mão
Mão que cria muitas coisas
Muitas coisas de que precisamos,
mas  a mão resolveu ajudar
a felicidade se esconder
A mão nos traem,
cortemos a mão!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

LINDO

Quedo-me,
não tenho forças
contra o inexorável,
contra as certezas de um mundo
que me baniu.
Mas, sigo em frente porque atrás
só há corpos despedaçados.

Estou a salvo, isso que importa.

O que importa minha mente embotada,
meu coração sangrando e meu corpo fatigado?
Quem vai fechar essa ferida aberta e coberta
pelo vestido de algodão florido,
LINDO?

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

UM ODE AS CERTEZAS

Infringe a si mesmo a pena
que deixa de ser sina pra ser vontade.
Engana-se e pensa que convence o outro.
Quem não ler em suas atitudes o desejo?

Oh mundinho paralelo!
Oh vida que se quer viver
sem competência!

Displicentemente, tira a roupa
suado do dia de trabalho,
toma um banho meia sola
e deita ao lado da sua companheira,
aquela que esteve ao seu lado
na dureza!

A felicidade é assim, fácil!
E  eu aqui na minha solidão guerreira
te admiro!
Como pode um dia não perceber
a delicia do seu quarto, o cheiro dela?

O gozo tão certo?!

domingo, 11 de dezembro de 2011

DE NOVO

Antes que se apaguem as luzes,
se abram as cortinas e
comece o drama.

Eu digo ADEUS,
Adeus meu amor!

A cena I
convida meu olhar pra trás.
Dou de ombros e saiu
pra caminhar por toda rua.

"Esquece.
Sonhastes apenas e foi bom!"
Ouço como um vento nos meus cabelos.

Serei livre de novo,
olhe que desejei a prisão,
mas o laço solto...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A CHAVE

Urgentemente peço que respondas,
guardadas comidas pelas traças
coisas antigas como cartas,
digas logo, se vens?

Extraviadas pelos mundo,
passagens, voos perdidos,
navios naufragados.
Recebidas,
sem tempo de serem lidas,
aguardam, numa gaveta trancada,
TEMPO BOM.

Segues a voz que te conduz,
gires a chave pequena e
sintas a secura das folhas
nas pontas dos dedos.
Nem precisas ler, já sabes.

Amanhece e pensas no sonho.

Estendem-se as horas
em meio a tarde quente:
numa árvore frondosa,
os grilos cantam,
a chuva cai neste dia ensolarado,
o arco sobre tua cabeça.

AGORA.

FELICIDADE

Livros numa mão,
computador na outra,
nem sei como, se só tenho duas,
ainda seguro o celular.

Tenho q estudar!
Passar nestas provas infelizes
pra ver s no futuro-
esta coisa tão incerta-
posso ser feliz:

Comprar meu apt,
meu carro do ano,
formar uma família,
viajar d x em qdo
pra MAIAME  e comprar
um bando de bugigangas.

E dai, supor
q SOU FELIZ!

URGÊNCIA

Parei tudo
pra escrever um poema.
Eles sao assim, urgentes!

"Urgentes e precipitados!"



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

MANIFESTO

Sem rima, sem eco,
sem melodia.
É assim que se faz, hoje em dia, POESIA.

Quando surge uma rima
é sem querer. Acidental!
POEMA não é musica.

Seu suporte é a PALAVRA
escrita. Suporte e manifestação.

Além, poesia
rima com TECNOLOGIA.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

1 coisa

Quando penso em você,
imagino 1.000 coisas.
999 pra ser precisa
(porque em SEXO eu não penso!).

EU SOU POETA,
assumi.
Sensível demais,
romântica demais,
INGENUA demais.

Existe Teoria da Poesia?
Se existe, qual seu OBJETO?
O amor?
a condição humana?
TUDO menos SEXO.
Tenho certeza.
EU não penso em SEXO,
EU sou POETA!

(Ai meu Deus, a parede!)



doí, doí, doí ...

Oh, velho coração alquebrado!
Pensei que não batias mais
de tão fraco,
de tão débil,
vencido.
Depois daquele dia
que sofrestes em demasia
e me deixastes assim por terra,
nunca mais tive noticias tuas.
Hoje, um olhar, um gesto
uma palavra,
acordastes de um sono
sem sonhos - nem de monstros,
nem de deuses.

Bates tanto que doí
doí doí doí ...
Antes,
vencido,
débil,
fraco,
alquebrado!

domingo, 4 de dezembro de 2011

DESABAFO

TUDO é um ponto:
d vista,
d ônibus,
e virgula,
dois pontos,
três pontos.
 ...
Infinitamente, pontos!
Q posso  dizer, amigo?
Se n há razão em nada,
p q sofres?

S eu disser q sofro pq sofres,
minto. Só sinto pena!
Vejo seus dias acabando,
os anos cavando sulcos em sua face,
os cabelos rareando.

Tudo por causa de uma ideia,
de uma neura, psico!

Vc ama choramingos,
aiiiiiiiiiii.. chato!
Eu q gosto de vc, fico
aki observando suas desculpas:
pq isso, pq aquilo...
Hummm ... chato!
As vezes penso em n ser mais sua amiga.
terminar essa relação angustiada,
mas penso s eu n t ouvir,
quem ouvirá?!

O BURACO

Ahhhh...encontrei o talão, o cartão!
Só não encontro o que venho procurando
há um tempão:
A RAZÃO!
"Esta cavou um buraco no chão"!

sábado, 3 de dezembro de 2011

NATAL

O meu olhar capturou
 imagens reflexivas do meu EU.
A Lente Azul, que amplia o horizonte,
acinzentou.
Por falta de cuidados,
proliferam bactérias.
Em recente consulta oftalmológica,
a sentença: Só novas!
Meu ray ban protege as pupilas
dilatadas.
E, em meio aos anúncio natalinos,
corro pra comprar os presente dos
meninos.
Agora só tenho eles.
Sou órfã de pai e mãe,
separada de todos os maridos.
Mesmo assim,
procuro uma árvore e as
bugigangas pra pendurar
nela.
HoHoHoHoHo...
FELIZ NATAL PRA TODOS!
O papai noel de barbas algodoadas
sentado em um trono,
coloca as crianças no colo.
Rio (gargalho)
A moça ao meu lado
pensou que eu falava ao celular.
(eu acho)
Quase esqueço do amigo secreto,
entro na livraria e compro Álvaro de Campos.

Do Lar

Enquanto todos dormem,
as louças se multiplicam na minha pia.
Geração espontânea, só pode!
Aprendi isso na escola quando
estudei biologia.
Adoro ciências!


QUANTO AO FUTURO

Minha perspectiva de vida é pra ontem.
AGORA é tempo de sobra.
Dirijo às pressas com intuito de chegar em casa e tirar a roupa que me oprime.
Primeiro, o sapato.
Depois, o vestido (prova da minha feminilidade)
"nem acredito que escrevi isso"!
- O que?
- Deixa pra lá, ESQUECE!
-Tomo banho ou não tomo?
- depende!
Suja mesma, devoro uma maçã.
Digo, eu a suja, não a maçã.

Epa,  já lavou as mãos?

PORRA!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

SÉRIO

Bateram na porta
e quando abri:
NINGUÉM!

A desculpa de quem tá ficando LOUCA
e não reconhece: "foi na porta da vizinha!"

Que porra, que nada,
foi na MINHA!

O olho mágico sem foco,
o porteiro velho dormindo em serviço
e eu aqui A MERCÊ
dos moleques da vizinhança
Batem e correm.

rsrs...

Só rindo mesmo!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

CARMA

De ante mão saiba:
Seus passos não conduzem à verdade.
O final de toda essa história é O DRAMA.

Caminhas sem perceber
para  O ABISMO.

Assim PREDESTINADA
persegues a felicidade
infundada  nas palavras.

Por experiência já aprendestes
que NADA tem significado,
mas como má discípula,
repetes a liçao dada.

Em vão o aviso.
QUERES e este foi sempre
o teu COMANDO.

Vais!
No fundo sabes
que EU estou aqui para
te SOCORRER.

Que MAIS posso fazer!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

NANDIANDO

Deixei meu açaí de lado.
Não era da fruta,
era de polpa.
Polpa ruim de cupuaçu.

Chamei o garçom:
- Qualé meu amigo, q sacanagem é essa?!
Ele nem ai pra mim.
Me retei e sair pra passear por toda a rua.

Q porra é essa, meu Deus?!
Sei que quando criança aceitava qualquer merda.
Tudo era diversão.
Hoje eu to pagando!
sou consumidora,
mas quem liga?!

Açai não é pra se comer com polpa
e ainda polpa de cupuaçu ruim!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

CARMIM

Dei um tempo de tudo e de todos,
me escondo aqui no meu quarto.
Pijama, chinelo, copo de água
e ORLANDO de bolso.

Vou passar o dia aqui,
no meu CASTELO.

De fora, só o barulho das crianças
no PLAY.

Lá dentro, uma confusão de vozes,
uma pressão no cérebro
e um aperto no coração.

A maçaneta da porta -
um escape, uma olhada,
um flete com a sanidade.

A luz
A faca
A dor
CARMIM.

QUERIDO

TE QUERO TE QUERO
TE QUERO
Ai meu Deus,
como TE QUERO!
Te vi ao meu lado repentinamente,
mas disperso.
Pedindo amor como se pede um troco
Meu amor, meu lindo,
pra você é muito.
Tão terrivelmente grande
que nem te dou um pouco.
TE QUERO TE QUERO.
TE QUERO
Ai meu Deus,
como TE QUERO!

domingo, 27 de novembro de 2011

HOJE

Próximos, matemos a distância.
Retesados, sorrimos amarelo.

Falastes por delicadeza,
eu ouvi por educação.
Assim, civilizados caminhamos
lado a lado.
Bom dia, obrigada,
por favor.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

SOMBRAS

Meu Deus, eu não pertenço a este mundo!
Sou um ser sorumbático vivendo por viver,
escondendo-me às sombras dos outros,
comendo das migalhas que caem das mesas,
repetindo as frases que ouço descabidas aos
contextos.

Vivo assim as beiras.
A beira da insanidade
com um pé do lado de cá
ao sol e o outro - em um sonho, talvez.


Sem nexo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

LIQUIDADA

Olho vermelho
nariz escorrendo
cabeça azuada

cama
vitamina C
muita água

liquido
liquido
liquido

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Espetáculo

Sinto q vou morrer de uma forte dor no peito
se continuar assim nesta busca incessante por sentidos.
Olho ao redor, vejo dores e tristezas em todos os cantos
mesmo com axé, forro, frevo, escolas de samba,
a dor lateja, tortura, assalta, esquarteja, mata.

Pasárgada não há, eu tenho que ficar
e encarar a dor de frente.
Com este corpo
frágil e as palavras poucas,
enfrentar a canalha, a corja,
a loucura do teatro
e cada dia
Montar e desmontar o
cenário,
Fechar e abrir as cortinas da alma,
Esperando a arte
O encontro do louco com os poucos
que suportam o espetáculo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A RODA

Vejo o Tempo em seus passos largos se aproximando de mim
e junto com ele, as certezas, fim último dessa existência efêmera:
as certezas das dúvidas eternas.
Passos largos, sorriso e gestos soltos,
o Tempo arrasa comigo, cava rugas na minha face
entorpece meus sentidos, enfraquece minha fala
O tempo frio, o tempo quente
O tempo Tempo.

Quebra a tranca, invade e
varre  os cômodos.
Encontra espaços vazios em minha existência.
-Pensei que já não houvesse!
 Mas Ele, implacável,
entranha-se na minha carne,
na minha alma.

Ohhh Tempo, como emperrar esta roda que gira
gira gira sem parar, incondicionalmente!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

CLARA LUZ

Clara Luz penetra e vaza as carnes
lumiando o escuro de dentro
pondo pra fora o de melhor.

Clara Luz bate  nos olhos
reflete a cor da alma, azul brilhante,
de cada um de nós.

Clara Luz semeia a paz
quebra a dicotomia amor e ódio
dispersando onda e partículas.

Clara Luz percorre
infinita distancia vencendo
o Tempo.

TUDO, Clara Luz alcança.

domingo, 24 de julho de 2011

SINA

Febril
sem pulso
demente
ausente de tudo
caminha sem rumo.
Por dentro o oco
a voz em eco.
O ato reflexo
do gesto mudo
equilibra o corpo
com a vara na corda 
que separa as razões.
José Maria Jesus Espirito Santo aguenta o fardo 
de ser santo.
Espanta o medo com reza
novena terço jejum,
beatifica-se.
Rompe a liga corpo mente
separa a alma
eleva-se aos céus
só.



quarta-feira, 29 de junho de 2011

WINDOWS 2011

Da janela da minha casa,
vejo o movimento das máquinas corpos.
Da janela do meu PC, o software do pensamento.

Fora de casa, estática, percebo.
Dentro de casa, cinética, vivo.

Dentro e fora, conjunção necessária
para advir o  mundo contemporâneo.

Vejo e Sinto.

Dedos e  Olhos:
entrada e Janela dos corpos.
Máquina Pensamente
Mente Pulsante.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ATELIÊ

Nunca mais enfiei uma linha num buraco de uma agulha.
Estou cega dos olhos e da razão.
O tecido carmim de flores negras
estraga com o passar.
Em cima da mesa o dedal, a tesoura
e os nacos de panos.
O tempo parou no meu ateliê.
Olho da janela e vejo a paisagem de décadas.
A escadaria, que dá acesso ao casarão, destruída.
O bambuzal, quantas vezes incendiado, decrépito.
Outra geração joga bola na quadra e
os bodes pastam no que resta da Mata Atlântica.
Graças a Deus, ainda ouço a orquestra dos grilos,
o som da água na fonte onde nadam carpas
e a passarada faz seus ninhos em cima do pé de cajá.
Sem falar daquele caminho lá longe que sempre vejo
e dá vontade de passar.
Estraga o tecido,
Enferruja o dedal,
Destrói a escadaria,
O bambuzal decrépito,
      ...
Quanto tempo mais me resta?!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O TRÂNSITO

Reedito minhas palavras
tortas em papeis amassados.
Caminham por linhas paralelas
procurando um encontro.

Sílabas, fonemas, sintaxe se atropelam
num grande caos nas transversais.
Um ônibus lotado de adjetivos
atropela uma aluna disléxica que saia
da escola municipal.

Esfomeada por palavras,
devoro livros e no vaso
cago  frases feitas e neologismos.

Sou brasileira nata
ou melhor enlatada nas gramáticas,
réplicas de Portugal

E quando busco uma saída,
engarrafa a avenida bonocô
subo brotas e no hospital
Aristides tenho q andar a 40!

Meu Deus, estou louca pra dar
um fim em em 1984,
que deixei na página...
(tá marcado),
na estante lá na Saraíva!

domingo, 29 de maio de 2011

O CAMINHO

r r r r r...
ranjo os dentes de raiva,
de frio, de insegurança.
Tenho o caminho da direita pra seguir,
mas o da esquerda me chama.
r r r r... decidir!

Eternamente, sigo um caminho
que não é meu.
Febril, sonâmbula sigo
o rastro de meus pais.
Sigo o caminho e nada mais.

Uma seta aponta o alvo antigo.

De longe ouço o ruido
e num salto,
volto
pro presente tão moderno,
tão dinâmico.
tão máquina!

E em meio as confruências e
as convergências, me distraio.
r r r r ...
sorrio  um riso falso, perdido
e esqueço, de novo,
o que me fez pensar
em tudo isso!

sábado, 28 de maio de 2011

CIRCULAR

Pena de uma alma
que busca em vão
se igualar a um padrão.

Padrão aprisionado
em uma forma materializada
no vazio.

Vazio que entrelaça
o desejo a ideia
da certeza.

Certeza ...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

...mente

Pacientemente, o amor.
Silenciosamente, as mãos dadas.
Confortavelmente, o futuro.
Displicentemente, o enlace de nossas almas.
Afrontosamente, os nossos corpos sex suando!

terça-feira, 24 de maio de 2011

VÁCUO

Nada é meu
Tudo é seu
O meu e o seu se confundem
apesar de saber
que tudo não é meu
que nada não é seu.

Dentro de tudo
não há nada
apesar do que
você possa querer.

Fora do nada
há tudo que se
possa pensar.

Pensar e querer
tudo e o nada
é o que nos resta
fazer!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

PÉ DE PALAVRAS

Lá fora as meninas pulavam corda,
os meninos corriam picula
e no meu quintal subitamente
nascia um pé de palavras

Depois de anos nasceram
frases.
Décadas, para inserir significancias.

Muitas vezes deixei de brincar,
presa no quintal do meu corpo.
Mas de fora sempre vinham
palavras que somadas às regadas
entalharam  a minha alma.

terça-feira, 17 de maio de 2011

FUGA

Tudo era porta!
Mesmo assim não encontrava
a saída deste amplo e
desconfortável espaço
do meu corpo.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O POETA

Onde vive um poeta?
nas ruas?
nas estações de ônibus/ trem?
debaixo dos viadutos?
na casa ao lado da minha?
no banco?
no escritório de advocacia?
no estádio de futebol?


Dentro de cada um de nós.
- Que olhar estupefato!

Uma camisa de força pode capturar um poeta?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

MOÇO

Encarapitada em teus beiços
sugo o amor insoso que tu tens para oferecer,
moço.
Depois vamos dançar,
com as pernas bambas
e teu corpo seco fica fácil
conduzir-te nesta dança.
Volteia equilibrando,
beija flor!
Entorno de mim, teus braços.
Sussurras ao meu ouvido palavras
bobas que finjo escutar.
Num canto, continuas a falar
frases soltas que finjo escutar...
Neném, cale!
Cale, neném!.
Não quero ouvir,
quero sentir
entre as coxas!

terça-feira, 10 de maio de 2011

TAO

Tal qual o Tao
no caminho pra casa
envolto em brumas
tropeça na pedra
e cai num buraco profundo.

Atordoado vislumbra uma luz
que vem de fora projetando sua sombra
nas paredes d'alma.

Denuncia a tensão que fundiu
o Eu ao objeto ignóbil
do consumo.

Parte fundindo o fudido
numa viagem psicodélica
de ser o não ser!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A REDE

Desejo insípido
dentro de uma noite quente
numa cidade cosmopolita fria.

Jazz tragos goles
palavras jogos
Tudo dessentido
labirinticamente.

Sexo anoréxico
visionários extrábicos
amigos desconectados
em rede.

sábado, 7 de maio de 2011

Mãe

Miseravelmente, sinto-me marcada pela solidão infinita da sua ausência.
Sem palavras e cheia delas quero dizer simplesmente: Obrigada!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

DR

A minha relação com o chocolate é de amor e ódio.
Quando estou amando, costumo ganhar chocolate
e como no maior tesão pensando ser ele
(chocolate = amado).
Depois que termina o caso, devoro o chocolate
mordendo pedaços enormes, querendo matar
o miserável.
Conseqüência: espinha na ponta do nariz!

Ops. lembrei q devo esquecer do trema!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A CHUVA

O pensamento  encharcado de
lembranças chega em casa
abre a porta e deposita o guarda chuva
molhado na cozinha.

cric cric cric...
é o ruido do tempo e de um grilo
que pousou na minha janela.

Letargicamente se vão as horas
e o meu coração lancha o pão
com queijo e presunto comprados
no supermercado em brotas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

GILLETTE

Nunca fui porra nenhuma
Não sou porra nenhuma
Não serei porra nenhuma.

Mas, meu Deus, eu  simpatizava com o socialismo.
Adorava os discursos, as bandeiras, as passeatas
Adorava a dicotomia: capital e trabalho.
Os conceitos: mais valia, proletariado, partido único, diretorio...

e as barba dos camaradas!

Confesso, fiquei incomodada.
As barba(ras) dos camaradas, não!

A primeira tanto faz Bell.
a segunda do governador.
e tem a terceira, meu presidente!

Cortem-me os pulsos,
eu quero morrer!

Pelas barba do governador

Acordo cedo e espero o café da amanhã de sempre.
Compro os jornais e leio as ultimas:
Meu Deus, o socialismo foi pras cucuias!
As barba do governador vendidas pruma
multinacional americana.
O Que significa isso?
Estou estarrecida - O que é o capital!
Quanto custa as barba do governador?!
Ontem foi Sábado de Aleluia
e hoje é Domingo de Páscoa.

sábado, 23 de abril de 2011

BABEL

A palavra é louca
sai da boca e dos dedos
entra pelos ouvidos e pelos olhos
arrepia os pelos e o pensamento

A palavra é dislexa
tudo atrapalha
tudo mistura.

A palavra é divina
cria  transforma  mata.

A palavra é forma
é sentido é conteúdo.

A palavra usa

A palavra faz
e desfaz o mundo.

ALTA CULTURA

Amoleça, Senhor, meu cérebro
pra entender tanta brutalidade!
A galera é doida,
é insana.
Um boneco de pano morto a paulada
e seus bens distribuídos
entre a população faminta de sangue.
Kadafi, eleito a bola da vez:
Lixem, matem, taquem fogo
ao inimigo do povo.

Mágica

Senti o cheiro do perfume
que costumas usar.
Senti que ao usá-lo,
prendia-me inexoravelmente
ao teu entorno.
Rodopiando pouso em teu pescoço
e roço a minha cara em tua barba de ontem.

Sento em teu colo,
enrosco-me em teu corpo,
beijo tua boca
e sinto entre minhas pernas
tua presença...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O BACALHAU

Descongelei meu bacalhau,
meu bacalhau à Gomes de Sá
preparado com antencedência
para hoje, Sexta Feira Santa.

Sentada à mesa acompanhada
de meu amigo imaginário.
Ah! O que seria de mim sem ele,
meu eterno companheiro.

Comemos,
bebemos (o vinho)
e conversamos solenemente,
como é esperado para este dia,
sobre:
O Significado,
O Marco cristão,
A Morte
e a possível Ressurreição!

Ficamos por um tempo calados,
seguindo mentalmente o percurso da narrativa que nos foi ensinada:
Meu pai contando os últimos momento da vida do Mestre,
sempre mostrando o significado místico deste momento sublime.

O Milagre da Ressurreição
A Vitória sobre a Morte.

Tão presente!
Meu pai na sala explicando o Sagrado
e minha mãe na cozinha lavando, a contra gosto,
os pratos do Almoço.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

RESSURREIÇAO

Meu Deus,
Qual a relação entre um ovo e um coelho?
Sou cristã, mas não entendo.
Se fosse entre uma galinha e um ovo, tudo bem!

E o chocolate?!
Que mistura louca:
Ovo, coelho, chocolate!

Gente, ainda tem Jesus no meio!

Quero entender, acho que vou olhar no GOOGLE.
Com certeza, lá diz alguma coisa.

O GOOGLE sabe tudo!

Mas, blz! Independente de tudo:
Ovo, coelho, chocolate, Jesus e ... GOOGLE
Feliz Pascoa pra todos!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SIMPLICIDADE

Graças ao pesado transito que virou rotina em Salvador, pude me deliciar de uma cena corriqueira, mas que há muito não via. Na avenida Bonocô em frente ao Bom Preço, em um espaço destinado ao lazer, um amontoado de meninos brincavam,  bermudas surfista e  sem camisas. Tão parecidos no estilo, na cor da pela e na satisfação de estarem juntos .Brincavam de se refrescar, jogando água de umas garrafas pets uns nos outros, rindo e zoando.
Alguns moleques que estavam do outro lado da pista vendo o agito entraram na brincadeira, pulando uma espécie de cerca, destinada a separar os dois ambientes: o trânsito e o lazer. Foram recebido como irmãos. Pude ver que um tinha um problema na perna, uma menor que a outra, eu acho. Meus olhos não conseguiam captar tudo. Havia muita luz. Era três da tarde.
Pela janela do carro fechada, ar condicionado ligado, galgando aos pouquinhos os espaços naquele emaranhado de carros, extremamente irritada - não esperava um engarrafamento naquele horário!  Olhei pro lado e filmei a cena. Que espetáculo. Um deles, já quase homem com seus bíceps saindo, barriga tanquinho e um belo sorriso ficou bem próximo de mim, rindo um riso gostoso. Em estado de graça, fiquei alguns segundos completamente imóvel e envolvida na cena.
Despertei com um buzinaço . Automaticamente passei a marcha e segui meu caminho.
Divino Mestre, obrigada por ainda haver simplicidade tão grande assim!

terça-feira, 19 de abril de 2011

A COMUNIDADE DA VIDA

É tão fácil falar do que não se viveu,
do que não se tem experiência.
usam-se as palavras simplesmente
com algum poder de argumentação,
um nível suave de escolarização.
Mas e daí, convence?! uns poucos!
Os que  seguem,  seguem muitas vezes
porque não tem o que fazer e se  quer tem opinião.

A verdade ninguém sabe, ninguém viu.
O que se faz  da  vida esconde-se
muitas vezes atrás de argumentos primorosos e
bem estruturados," a favor
da vida dos fracos e dos que não podem se defender".

A culpa, palavra muitas vezes usadas pelo dedo acusador
dos que só sabem usar as palavras, é sempre do outro.
O outro sempre faz o mal, sempre se beneficia do mal.
E ele, o advogado de si mesmo, pois não participa da vida,
esconde-se atrás das palavras. E se defende da culpa, culpando
o outro. 

Não se sinta culpado, você é simplesmente um fraco!.

Você tem medo de sair da redoma de vidro que criou com as palavras.
E nós que somos os culpados te absolvemos.
Podemos sim, te absolver porque sabemos o que é a culpa.
Nós sabemos quem é você, lidamos com pessoas assim todos
os dias: "Os santinhos do pau oco".

Sai, meu filho e vá viver neste mundo e sinta como é bom errar
se é que seja erro, escolher um caminho. 
Os culpados escolhem seus caminhos e pagam por isso.
Os acusadores não escolhem nada, vivem pra culpar os outros.

Sai do seu casulo e viva. 
Viva meu bem, nós aqui de fora te aceitamos de braços
abertos e não com dedos em riste indicando seus
erros.

Quando você fizer parte da comunidade da vida,
entenderá o que é estar livre da culpa.
O que é ser feliz!




segunda-feira, 18 de abril de 2011

CYBER ESPAÇO

Tenho os nervos vincados,
esfolados dentro dum corpo
retesado electrônicamente,
buscando uma saída
num clicar de dedos.

Tenho pressa de estar
ou de ser ou de ter.
Pressa de funcionar.

As engrenagens que impulsionam
este ser cyber eletrônico pensante
não emperram jamais, graças
aos potentes antívirais que surgem
quase que espontaneamente tamanha as competências.

Estou no tempo eternamente presente.

Paradoxalmente, sigo adiante,
impondo bandeiras,
derrubando muros,
impedindo os avanços e retrocessos do que se pode chamar cidadania.

Faço dos ícones símbolos universais
de um mundo destribalizado,
sem foco e sem ideais.

INCESTUOSA

Desde tempos imemóriais
eu e a palavra , digo assim sussurando...somos amantes
Ela, co-criadora do mundo se insinuava pra mim antes do meu Eu juntar
as idéias em uma forma pensante.
Eu, idéia-criança bulinada pelo verbo.
Não, não tinha a intenção de ser feliz,  no entanto,
era e  incomodava.
Ela, maior que eu, se impunha com seu falo
entre minha pernas, apertando meus nervos, penetrando meu sexo.
Desmontando minha concretude diversas vezes.
Eu não queria, mas inevitavelmente, me abria
e gemendo, gozava formando versos brancos,
rimas internas e externas.
Metaforizando dor e prazer sem sentido,
sem nexo.
Sempre fui feliz, apesar de uma certa ânsia de vômito por
causa do            em minha boca.

PRAZER

Tocada profundamente,
tentei descrever em  versos
mas, não encontrei uma forma.
O conteúdo vazou, sujou a mesa,
travou as teclas do computador.

Urgentemente,
lutando contra o tempo,
estendi as sensações,
gravando em meu corpo
os signos invariantes e variados dos objetos extasiados

E,
na impossibilidade de ser poema,
meu corpo despiu-se da indumentária
comum aos seres pensantes, dedicando-se
exclusivamente ao deleite,
ao prazer.

Passagem

Meus pensamentos, agora, se encobrem duma fina penugem,
transmutando minha forma grosseira, sensível aos toques dos dedos
e dos olhares dos que passam.- Alguém ousará me tocar?!
Em breve serei só memória e todas as lembraças remeterão a um passado feliz.
Sim, a felicidade sempre foi minha companheira.
 Por isso, quedam-se pasmado diante do inevitável.
Diante das horas que passam em profusão minuto a minuto em velocidade acelerada
 - O Tempo, amigo íntimo
confidente de todas as horas não poupou-me do impoderável -
Estou só, como sempre fui, apesar da felicidade companheira e do tempo íntimo.
Eu,  criadora de todos os meus sentidos eternamente!

sábado, 16 de abril de 2011

O SER

Entender nossa existência tão efêmera passa pela aceitação das respostas filosóficas e religiosas que encontramos ao longo de nossa caminhada aqui no planeta Terra. O tempo, as perguntas e o caminho
são  os elementos principais para se compreender tal fenômeno.  

A COISA

Acordei paranóíca pensando nas coisas:
no significado das coisas,
na necessidade das coisas.
As coisas dominaram o mundo.
Tudo tudo tudo é coisa.
Eu sou coisa,
O outro é coisa
A coisa maquina pensante.
Mas, está certo - é assim que se escreve coisa?
Coisa ou... (fui ao dicionário e a pagina da coisa sumiu)
Acho que já li - cousa!
E a diferença?!, muda a forma, mas a coisa continua,
 -mas será que no passado as coisas não tinha outro significado?
engasgada na garganta,
o mal estar de si sentir coisa:
que produz,
que é capaz,
que é produto
 - Isso é coisa de quem não dormiu bem!
Volto pra cama e tento esquecer...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pedra

Pedra
pequena
parada
Pedra
lasca
capaz de significar

Guarde no coração

Penso que digo
diante do espelho
boca fechada
palavras escorrem
um Eu
oprimido
ofuscado
reduzido
boca fechada
gemem meus braços
gritam minhas mãos.

Autoria

Como é esse negócio de autoria?
Fulano roubou meu poema e agora,
por onde ando, ouço pedaços,
palavras soltas do que escrevi.
Escolhi o papel como suporte,
mas elas vagabudeiam por ai.
Desautorizo suas andaças.
Ouvidos ocos, elas fazem.
Rindo gostosamente de mim!

Pornografia

A poesia é pornográfica
vive se expondo pelas ruas e nos estabelecimentos privados.
Tentaram barra-la na porta do banco,
nas lojas dos shopping. Barraco!
A poesia sabe de que se faz.

Bombástica

Traçando o perfil psicológico da Poesia:
Ela é hiperativa e bipolar
A Poesia é uma Bomba!

Puta Merda

Primeiro vem a poesia
Depois, a lógica
Aí, eu tento enfiar a lógica no poema:
Puta Merda!