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domingo, 11 de janeiro de 2015

Sobras demasiadamente no prato, menino!
farinhas demais!

FODAM-SE TODOS



Estou preste a explodir
e a vida lá fora, cheia de luz
e alegria, sufoca minha dor.

Quem de lá ouvirá meus gemidos
e me socorrerá?

Filhos, amigos, transeuntes?

hahahaha...

A miséria que se passa aqui
não interessa.

TODOS riem.
TODOS são felizes.

Quem se importa
com uma velha decrepita?

Quem vem beijar sua face
enrugada?

Não quero pena.
Não quero palavras idiotas de conforto.

Saiam todos do meu aposento,
deixem-me morrer em paz!

Não rezem missas
Não orem ao Senhor
Nem venham com preces

Deixem-me morrer em paz
no meu aposento!

No meu colchão de molas
comprado há décadas
cheio de ácaros
e manchas de babas,
de merdas e de mijos.

Não me falem de deus
nem de uma vida no além.

Quero acabar e pronto.

Quando eu morrer,
toquem fogo nessa carne podre.

Joguem as cinzas na privada
e deem descarga.

Deletem da memória
qualquer lembrança minha,
Não importa se boa ou má.

Esqueçam-me,
pois eu não lembrarei de vocês!

Não lembrarei de suas ingratidões,
de seus egoísmos.
Não lembrarei de seus sorrisos e
de suas alegrias tolas,
de seus desdéns.

Seguirei VAZIA!