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domingo, 26 de fevereiro de 2012

DISPERSÃO

As palavras buscam saídas
nas ideias, nos sentidos.
Perifericamente rondam o centro,
os símbolos, as bandeiras.
As palavras almejam ser.
Vou plantar num caqueiro um pé de letras.
Espero que quando nasçam as palavras,
venham os beija-flores!

DESEJO

O rastro de luz, quando passas,
incendeia-me e eu em fogo
sigo atras ...

ahhh... queimo-me viva
e as labaredas de chamas
que saem do meu peito,

angustiadas de amor,
percorrem todo o vermelho
do cortejo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A dor

Passou
O que fica é só aquela sensação de cansaço
de uma luta inglória devido a certeza de que tudo foi
de acordo.
Se não houvesse o "se" esta palavrinha
que tenta mundar algo imutável, impossivel.

Se tivesse uma infancia feliz
Se algo tão terrivel assim não tivesse acontecido
Se mamae e papai tivessem se amado de verdade ao te conceber
se, se, se ...

uma dor reflexa,
não esta mais aqui
é passado,

mas o coração sente
uma falsa pulsação
que se acostumou a sentir
a representar a dor

A dor passou

Gostaria agora de poder compor um poema
que ao ser apresentado acalmasse essa dor que
dizes sentir, mas entendo que precisas dela
pra sobreviver.

A dor é vida pra você,
amigo!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

REVOLUÇÕES



Na instabilidade geracional
dos mundos ele surge
disciplinado, coerente.
Farol.

Em nome da ordem e da harmonia
ele é enviado
e com seu olhar rastreador
encontra sempre o caos.

Um grande tabuleiro se arma
em sua presença.
uma força intrínseca move as peças
dispondo-as ao confronto.

Os lados de dentro e o de fora
resistem  até que caem as torres,
fogem os bispos,
morrem de sede os cavalos e ...


a  rainha e sua corte mudam de lado.














segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ESCRAVAS


Quero, em todo caso, dizer o que penso
disso tudo: 
as vezes acho que sei o que sinto,
mas se for pensar bem, não sinto nada.

Mas, continuando...
o que eu realmente tava dizendo?
Prosaicamente falo sobre a vida,
sobre minhas ideias, já que meus
sentimentos não sei dizer, nem sentir.

Forçosamente tento me expressar
e uso as palavras velhas e novas.
Busco, no dicionário da minha mente
as palavras precisas, porque preciso.

São todas escorregadias, lambuzadas de
sangue e ainda ligadas ao cordão umbilical.
Literalmente, digo o sem-sentido, 
tentando ser mais que sincera.

Ehhh... não sei se me fiz entendida,

A grande parada é a sacada
de onde vejo os carros passarem,
a confusão de gente

e o filme rodando...

As vezes, acho que tá tudo bem,
mas ai vem os outros.

Os outros são foda!

Procuro olhar nos olhos dos outro
esquivo, mesquinho, assim como no
espelho.

Vejo um suposto eu escondida atrás da pilastra.
Distraidamente.

Escolho algumas palavras para me definir,
saio fuzilando com os olhos.

Palavras,
quero todas a meu serviço,
empregadas e mal pagas.
Representando-me!








sábado, 11 de fevereiro de 2012

Tesão

Quando tudo deixar de ser apenas
o burburinho de vozes na alcova
pra se tornar musica,
eu ouvirei sua canção, amor!

Por enquanto, prefiro os gemidos
de sua garganta rouca.
As suas mãos suadas e fortes
segurando minhas coxas.

Oxalá, que suas pernas firmes e fortes
aguentem o peso do meu corpo!
.










sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Beija flor (de verdade)

beija com seus lábios
em flor os meus
néctar de prazer e dor
o gozo de nossa união

capta a luz criando vida
energia, matéria
semente disseminando
ao vento o germe de paixão.

Preciosa luz reflexo do bater das assas
assim parados no ar,
respiremos harmonia
e paz

conecte-me ao meu eu
precioso cheio de amor
e luz

Vibre o planeta

transformando-o.







quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Inspiração

As palavras que lançamos ao vento
são sem sentidos,
mas busquemos dar sentidos a elas:

Imaginemos ali, no espaço tempo
que são produzidas, o amor.
Brindemos a ele numa taça alta de champagne.
Nossos braços cruzados nos colos -

Viva a essa coisa insane
fruto do vento que sopra
e nos carrega como folhas.

Assim como o vento traz,
o vento leva.

Seguremos ao máximo o ar nos pulmões,
soltando e produzindo assim levemente
as palavras.

Sem presa, meu doce, vamos curti esse momento.

Em que meus olhos olham os seus,
minhas mãos tocam as suas,
minha língua penetra  sua boca.

Vi agora mesmo os signos  pela janela
do meu quarto escuro,
ali onde produzo sonhos.

Reflito em virgília,
tentando montar um cenário
para que nós dois personagens,
possamos marcar precisamente a hora certa da fala.

O momento exata para sermos nós.
Juntos criaremos uma canção
para  nela voarmos.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Escolha

Estamos sós
de novo.
Sem nós
como sempre.

Escolhemos os passos longos,
apressados, sem laços.

Escolhemos a solidão.

Estamos sós.

Decidimos a parada
sem embaraços,
sem despedidas.
Foi fácil.

O pequeno gesto
de amor, de devoção
congelamos no ar.

Estamos sós.

Acostumamos
com o coração quieto,
os braços livres.

A mente tranquila,
O quarto vazio
sem cheiro de sexo.

Estamos sós

de novo.