Total de visualizações de página

domingo, 11 de janeiro de 2015

Sobras demasiadamente no prato, menino!
farinhas demais!

FODAM-SE TODOS



Estou preste a explodir
e a vida lá fora, cheia de luz
e alegria, sufoca minha dor.

Quem de lá ouvirá meus gemidos
e me socorrerá?

Filhos, amigos, transeuntes?

hahahaha...

A miséria que se passa aqui
não interessa.

TODOS riem.
TODOS são felizes.

Quem se importa
com uma velha decrepita?

Quem vem beijar sua face
enrugada?

Não quero pena.
Não quero palavras idiotas de conforto.

Saiam todos do meu aposento,
deixem-me morrer em paz!

Não rezem missas
Não orem ao Senhor
Nem venham com preces

Deixem-me morrer em paz
no meu aposento!

No meu colchão de molas
comprado há décadas
cheio de ácaros
e manchas de babas,
de merdas e de mijos.

Não me falem de deus
nem de uma vida no além.

Quero acabar e pronto.

Quando eu morrer,
toquem fogo nessa carne podre.

Joguem as cinzas na privada
e deem descarga.

Deletem da memória
qualquer lembrança minha,
Não importa se boa ou má.

Esqueçam-me,
pois eu não lembrarei de vocês!

Não lembrarei de suas ingratidões,
de seus egoísmos.
Não lembrarei de seus sorrisos e
de suas alegrias tolas,
de seus desdéns.

Seguirei VAZIA!











quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Flores

Na impossibilidade, -
mesmo em campo fértil,
 terreno tão úmido, viscoso
do meu corpo, do seu corpo 
- de brotar,

Fracassou o nosso amor!

Fatores climáticos,
indispensáveis ao vigor, 
de tão forte,
estragou o talo, 
nem deixou nascer a flor!
Ai o amor, fruto raro, 
fartura em uns campos,

 enquanto em outros...

Oh influencia de tanta presença,
de tantos espaços, de tanta luz
demais, demais...

Mas, o tempo é incerto e
a muda do amor já descoberto,
germina, calma, tranquila em outro solo

Matura à espera
de tempo bom!


sábado, 27 de abril de 2013

VIDA BOA


Atravesso a porta -
aqui dentro, segura,
caminho por entre os vãos,
tranquila.

Absorvo os ares carregados
do fim da tarde -
Cheguei agora
depois de um dia
cheio.

No corredor,
arranco as sandálias suadas.
No sofá, deitada, tiro as calças
e a camisa.

De sutiã e calcinha
deito e durmo
refrescada pelo ventilador,
rodopiando na minha cabeça.

Êiiita vida boa!


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Tédio


Detalhando o cotidiano
sem graça,
um tédio.

As ruas, as lojas, os bares
abertos.
As vitrines sem brilhos.

Diante de mim
um espelho onde miro
um olhar patético.

A roupa que visto
não cabe,
mas insisto.

O tempo encarregado
de mostrar a verdade,
corre.



domingo, 2 de dezembro de 2012

O QUINTAL

                                                                           

Quando recebeu de herança da mãe a casa velha fechada há anos, não sabia que havia um sujeito elíptico, um eu que se ocultava entre as arvores do quintal sombreado, protegido ali das dores do mundo. Ao abrir lentamente a porta, os ferrolhos carcomidos pelas ferrugens soaram um ranger de lamento, era o tempo!

A casa se apresentara à sua frente, mostrando os cômodos à medida que abriam-se as janelas ao sol morno das primeiras horas do dia. Janaína, lembrando esse dia, diz ter ouvido gritinhos de prazer.  "Bem provável, quantas almas ali aprisionadas devem ter experimentado, depois de anos, a luz e o calor"!

Respeitosamente, como quem pede autorização, adentrou ao espaço mágico, voltou ao templo da felicidade - o quintal - parecia intocável, reconhecia cada arvore e elas ao vê-la, deixavam escapar pelas folhas um forte aroma de satisfação. O reencontro, o êxtase.

Uma goiabeira abaixou seus galhos num formato de braços, onde ela se aconchegou, só saindo quando sentiu em suas pernas, coceirinhas. Eram as saúvas,  não mais aquelas,  outras que ao nascerem ouviram estórias do tempo em que havia ali no reino uma humana especial. Todas elas subiam e desciam as pernas como se ali fosse, também, terra.

Seus dias passavam-se todos ali, lembrava das horas de estudo debaixo da cajazeira, amiga e vizinha da jambeira , mas nunca estudava lá, as frutas e as flores caídas lambuzavam tudo de roxo!

Os outonos mágicos em que dia sim dia não, varia as folhas e se entretecia com os formatos de uma e de outra querendo nisso descifrar mensagens  ocultas da natureza, recados dos amigos duendes, elementares queridos que assim como ela guardavam aquele recanto.

Lembrava do dia em que surpresa vira ali no pequeno jardim sua irmã mais velha , filha só de seu pai, mas que a mãe de coração terno a acolhera como filha, ajoelhada como se estivesse rezando, visita essa que se repetiria diariamente por anos, até que com o casamento passara a ir de ano em ano em um dos nossos tantos feriados.

Nesse mesmo período passou a ver perambulando pelo quintal um menino de uns 11 a 12 anos que se escondia por trás das arvores observando-a. O mais estranho é que nunca se assustara com tal aparição, sabia intuitivamente que era um ser espiritual, "um fantasma"e  que de maneira alguma a faria mal. Aos poucos ele foi se achegando, lembra bem desse dia. "Estava brincando com meus amigos "imaginários" quando ele se encorpora ao grupo e aos poucos, no meio da brincadeira, vamos  passando informações tornando-nos assim parceiros".

Ninguém nem nada que compunha aquele cenário se ressentia dessa parceria, nem as arvores, nem as flores, nem os insetos, nem as pedras. Todos na verdade se  alegraram com mais uma presença "humana"  para participar dos jogos e das brincadeiras.

- Tempos depois, já adulta, é que fiquei sabendo que o menino na verdade poderia ter sido meu sobrinho, então compreendi a presença de Laura no jardim!

domingo, 16 de setembro de 2012

A RAZÃO

RAZÃO

As rimas, que sem querer insistem
em aparecer, nadam dizem.
Tentam balançar as palavras
em ritmo de dança dos
sentidos.

Desconjuntadamente,
dançam os leitores também
em busca de captar
alguma "coisa"!


Mas, não tem nada não -
O poema não tem sentido -

Ele faz sentido em seres
que não são sãos -

Oh meu São Longuinho,
dou três pulinhos e o que havia perdido,
restitua-me.

Amém!