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quarta-feira, 29 de junho de 2011

WINDOWS 2011

Da janela da minha casa,
vejo o movimento das máquinas corpos.
Da janela do meu PC, o software do pensamento.

Fora de casa, estática, percebo.
Dentro de casa, cinética, vivo.

Dentro e fora, conjunção necessária
para advir o  mundo contemporâneo.

Vejo e Sinto.

Dedos e  Olhos:
entrada e Janela dos corpos.
Máquina Pensamente
Mente Pulsante.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ATELIÊ

Nunca mais enfiei uma linha num buraco de uma agulha.
Estou cega dos olhos e da razão.
O tecido carmim de flores negras
estraga com o passar.
Em cima da mesa o dedal, a tesoura
e os nacos de panos.
O tempo parou no meu ateliê.
Olho da janela e vejo a paisagem de décadas.
A escadaria, que dá acesso ao casarão, destruída.
O bambuzal, quantas vezes incendiado, decrépito.
Outra geração joga bola na quadra e
os bodes pastam no que resta da Mata Atlântica.
Graças a Deus, ainda ouço a orquestra dos grilos,
o som da água na fonte onde nadam carpas
e a passarada faz seus ninhos em cima do pé de cajá.
Sem falar daquele caminho lá longe que sempre vejo
e dá vontade de passar.
Estraga o tecido,
Enferruja o dedal,
Destrói a escadaria,
O bambuzal decrépito,
      ...
Quanto tempo mais me resta?!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O TRÂNSITO

Reedito minhas palavras
tortas em papeis amassados.
Caminham por linhas paralelas
procurando um encontro.

Sílabas, fonemas, sintaxe se atropelam
num grande caos nas transversais.
Um ônibus lotado de adjetivos
atropela uma aluna disléxica que saia
da escola municipal.

Esfomeada por palavras,
devoro livros e no vaso
cago  frases feitas e neologismos.

Sou brasileira nata
ou melhor enlatada nas gramáticas,
réplicas de Portugal

E quando busco uma saída,
engarrafa a avenida bonocô
subo brotas e no hospital
Aristides tenho q andar a 40!

Meu Deus, estou louca pra dar
um fim em em 1984,
que deixei na página...
(tá marcado),
na estante lá na Saraíva!